Pela floresta autóctone

Quercus robur
É hoje reconhecido o papel fundamental que as florestas têm na conservação do solo, na regulação do clima e do ciclo hidrológico, enquanto suporte de biodiversidade, sumidouro de CO2 e na produção de matérias-primas fundamentais à nossa vida quotidiana. Em Portugal, grande parte da floresta natural desapareceu ou está muito alterada, sendo já raras algumas das nossas árvores autóctones. Para tal tem contribuído a adoção de modelos silvícolas baseados na simplificação dos ecossistemas florestais, reduzindo-os a meros conjuntos de árvores alinhadas da mesma espécie, grande parte das vezes exóticas de rápido crescimento.

Crataegus monogyna
A floresta autóctone portuguesa, por norma, é mais resistente ao fogo do que os povoamentos artificiais de espécies exóticas, quase sempre instalados com recurso a uma única espécie. Para tal contribui, nomeadamente, o facto de ser constituída por diferentes espécies (gera descontinuidade de combustível) com menor combustibilidade. As suas características e composição conferem-lhe uma maior dificuldade de ignição, uma maior facilidade de extinção do fogo e, por conseguinte, um menor perigo de incêndio, ou seja, de combustão descontrolada.
De realçar ainda a resiliência ao fogo da floresta portuguesa, ou seja, a capacidade desta se regenerar após a sua ocorrência, quer por via seminal (semente) ou vegetativa (emissão de rebentos).
Tendo presente que biodiversidade gera biodiversidade, é expectável que nas nossas florestas, pelo facto de serem formadas por várias espécies diferentes, ocorra uma maior riqueza específica, designadamente ao nível da fauna, flora e fungos.